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COLUNISTAS.
Eleições à vista
Metalúrgicos e rodoviários vão às urnas, mas cadê a ideologia?
Por.
Caetano Roque
30/10/2012 10:19 11:25No próximo ano acontecerão duas importantes eleições para o movimento sindical: a dos metalúrgicos e dos rodoviários. Há alguns anos, essas eleições movimentavam o Estado, a categoria se envolvia no processo e o movimento ganhava às ruas. Nessa época, dirigente não ganhava para fazer sindicalismo, trabalhava por ideologia.
Atualmente, o cenário é outro. Os dirigentes recebem bons salários à frente dos sindicatos e a categoria não se envolve mais, não acredita muito na defesa dos interesses por parte de seus representantes. Será que a ideologia acabou?
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As grandes empresas, como a Arcellor Mital matem a mesma prática de
demitir quem se sindicaliza. Se o cara registrar chapa, está na rua,
antes que ganhe porque depois fica proibido. Isso não é novidade, vale
frisar. Só que, no passado, a Arcellor tinha 80% de seus trabalhadores
sindicalizados, hoje não chega a 10%. Naquela época ela demitia assim
mesmo, mas a categoria era forte. Teve grandes conquistas no passado.
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Hoje o movimento se enfraqueceu e o poder da empresa é ainda mais forte dentro do sindicato. Daí vem o grande número de terceirizados e a falta de um atendimento aos trabalhadores que sofrem com os problemas de saúde e de acidentes dentro da empresa, sem falar nos baixos salários.
No caso dos rodoviários, a situação é mais complicada ainda, há uma evidente parceria entre o sindicato e as empresas. Assim que as tarifas começam a ser discutidas, o movimento cresce em relação ao reajuste salarial. O que é extremamente temerário, já isso coloca refém a população, que depende do transporte público.
Nesse esquema contam também com a movimentação dos seguros e planos de saúde. Uma manobra terrível. Os trabalhadores continuam achando que recebem reajuste e as empresas fingem que pagam. O sindicato media essa conversa mole e leva o dele.
A prática desses dois sindicatos tem servido de escola para o restante do movimento. Como os dois estarão em disputa eleitoral no próximo ano, seria uma oportunidade de se discutir não apenas quem vai comandar, mas como vai comandar o sindicato e discutir o papel do movimento nessa nova dinâmica imposta pelo desenvolvimento.
Se liga trabalhador!